Niyamas: Santosha
Santosha ou contentamento Talvez um dos princípios mais difíceis a colocar em prática nos dias de hoje. Uma sociedade construída com valores como o prestígio, sucesso material e reconhecimento, só pode resultar numa insatisfação permanente. Essa insatisfação surge porque procuramos a felicidade em coisas efémeras e exteriores e tornamo-nos dependentes delas. A principal causa do nosso descontentamento é uma mente cheia de desejos, quando um determinado desejo é satisfeito há uma dissolução temporária desta infelicidade. Esta sensação para além de temporária é ilusória, os desejos continuam a borbulhar na nossa mente mas nesse momento sobrepôs-se uma sensação de euforia temporária por termos visto o nosso desejo concedido. Algumas pessoas vivem constantemente em busca desta sensação, saltando de desejo em desejo, acreditando que se trata da felicidade. Mas não é felicidade e muito menos contentamento quando vivemos nessa ânsia de tentar tornar permanente aquilo que não o é. Não percebemos que o nos torna infelizes e insatisfeitos é a falta de conexão connosco mesmos, com os outros e sobretudo com a nossa inerente essência espiritual. Uma mente insatisfeita não encontra a calma necessária para contemplar e reconhecer as subtilezas
e detalhes da vida, não se reconhece sem as identificações do ego e não se reconhece como parte de um todo. O contentamento e a tranquilidade são estados de espírito que precisam de ser cultivados. O contentamento está profundamente relacionado com a nossa capacidade de aceitação, não me torno refém do que me acontece, aprendo com isso e sigo o meu caminho. Esta alegria subtil alcançada através do cultivo de santosha vem do interior e é independente das circunstâncias externas. Santosha na prática Quando paramos de querer chegar mais longe e de forçar o corpo a ir onde ele ainda não está preparado para ir, aí começamos a praticar yoga deixamos que a respiração e o corpo nos guie e usufruimos muito mais dos benefícios da prática. 💮